terça-feira, 23 de março de 2010

A DESCOBERTA - Oswald de Andrade



Seguimos nosso caminho por este mar de longo

Até a oitava da Páscoa

Topamos aves

E houvemos vista de terra

os selvagens

Mostraram-lhes uma galinha

Quase haviam medo dela

E não queriam por a mão

E depois a tomaram como espantados
primeiro chá

Depois de dançarem

Diogo Dias

Fez o salto real

as meninas da gare

Eram três ou quatro moças bem moças e bem gentis

Com cabelos mui pretos pelas espáduas

E suas vergonhas tão altas e tão saradinhas

Que de nós as muito bem olharmos

Não tínhamos nenhuma vergonha.

Um comentário:

  1. Queridíssima!!! Que saudades de vir aqui!!!! às vezes o trabalho dá um trégua e podemos visitar os amigos mais tranquilamente. E nos enriquecermos com a poesia...
    Que "moderno" o Oswald, não? rsrsrs
    grande bjo

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