segunda-feira, 31 de outubro de 2011

A CRIANÇA QUE FUI CHORA NA ESTRADA - Fernando Pessoa

A criança que fui chora na estrada.
Deixei-a ali quando vim ser quem sou;
Mas hoje, vendo que o que sou é nada,
Quero ir buscar quem fui onde ficou.

Ah, como hei-de encontrá-lo? Quem errou
A vinda tem a regressão errada.
Já não sei de onde vim nem onde estou.
De o não saber, minha alma está parada.

Se ao menos atingir neste lugar
Um alto monte, de onde possa enfim
O que esqueci, olhando-o, relembrar,

Na ausência, ao menos, saberei de mim,
E, ao ver-me tal qual fui ao longe, achar
Em mim um pouco de quando era assim.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

domingo, 23 de outubro de 2011

A GAIOLA - Maria do Carmo B.C. de Melo

gaiola e era a vida era a gaiola
e era o muro a cerca e o preconceito
e era o filho a família e a aliança
e era a grade a filha e era o conceito
e era o relógio o horário o apontamente

e era a vida era o mundo e era a gaiola
e era a casa o nome a vestimenta
e era o imposto o aluguel a ferramenta
e era o orgulho e o coração fechado
e o sentimento trancado a cadeado.
E era o amor e o desamor e o medo de magoar
e eram os laços e o sinal de não passar.
E era a vida era a vida o mundo e a gaiola
e era a vida e a vida era a gaiola.

sábado, 22 de outubro de 2011

PARA RELEMBRAR - Vitor Hugo

Desejo primeiro que você ame,
E que amando, também seja amado.
E que se não for, seja breve em esquecer.
E que esquecendo, não guarde mágoa.
Desejo, pois, que não seja assim,
Mas se for, saiba ser sem desesperar.
Desejo também que tenha amigos,
Que mesmo maus e inconseqüentes,
Sejam corajosos e fiéis,
E que pelo menos num deles
Você possa confiar sem duvidar.
E porque a vida é assim,
Desejo ainda que você tenha inimigos.
Nem muitos, nem poucos,
Mas na medida exata para que, algumas vezes,
Você se interpele a respeito
De suas próprias certezas.
E que entre eles, haja pelo menos um que seja justo,
Para que você não se sinta demasiado seguro.
Desejo depois que você seja útil,
Mas não insubstituível.
E que nos maus momentos,
Quando não restar mais nada,
Essa utilidade seja suficiente para manter você de pé.
Desejo ainda que você seja tolerante,
Não com os que erram pouco, porque isso é fácil,
Mas com os que erram muito e irremediavelmente,
E que fazendo bom uso dessa tolerância,
Você sirva de exemplo aos outros.
Desejo que você, sendo jovem,
Não amadureça depressa demais,
E que sendo maduro, não insista em rejuvenescer
E que sendo velho, não se dedique ao desespero.
Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor e
É preciso deixar que eles escorram por entre nós.
Desejo por sinal que você seja triste,
Não o ano todo, mas apenas um dia.
Mas que nesse dia descubra
Que o riso diário é bom,
O riso habitual é insosso e o riso constante é insano.
Desejo que você descubra ,
Com o máximo de urgência,
Acima e a respeito de tudo, que existem oprimidos,
Injustiçados e infelizes, e que estão à sua volta.
Desejo ainda que você afague um gato,
Alimente um cuco e ouça o joão-de-barro
Erguer triunfante o seu canto matinal
Porque, assim, você sesentirá bem por nada.
Desejo também que você plante uma semente,
Por mais minúscula que seja,
E acompanhe o seu crescimento,
Para que você saiba de quantas
Muitas vidas é feita uma árvore.
Desejo, outrossim, que você tenha dinheiro,
Porque é preciso ser prático.
Eque pelo menos uma vez por ano
Coloque um pouco dele
Na sua frente e diga `Isso é meu`,
Só para que fique bem claro quem é o dono dequem.
Desejo também que nenhum de seus afetos morra,
Por ele e por você,
Mas que se morrer, você possa chorar
Sem se lamentar esofrer sem se culpar.
Desejo por fim que você sendo homem,
Tenha uma boa mulher,
E que sendo mulher,
Tenha um bom homem
Eque se amem hoje, amanhã e nos dias seguintes,
E quando estiverem exaustos e sorridentes,
Ainda haja amor para recomeçar.
E se tudo isso acontecer,
Não tenho mais nada a te desejar.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

domingo, 16 de outubro de 2011

TAMBÉM CHEGOU NO E-MAIL

Vida após o nascimento?


No ventre de uma mulher grávida estavam dois bebês. O primeiro pergunta ao outro:
- Você acredita na vida após o nascimento?
- Certamente. Algo tem de haver após o nascimento. Talvez estejamos aqui principalmente porque nós precisamos nos preparar para o que seremos mais tarde.
- Bobagem, não há vida após o nascimento. Como verdadeiramente seria essa vida?
- Eu não sei exatamente, mas certamente haverá mais luz do que aqui. Talvez caminhemos com nossos próprios pés e comeremos com a boca.
- Isso é um absurdo! Caminhar é impossível. E comer com a boca? É totalmente ridículo! O cordão umbilical nos alimenta. Eu digo somente uma coisa: A vida após o nascimento está excluída – o cordão umbilical é muito curto.
- Na verdade, certamente há algo. Talvez seja apenas um pouco diferente do que estamos habituados a ter aqui.
- Mas ninguém nunca voltou de lá, depois do nascimento. O parto apenas encerra a vida. E afinal de contas, a vida é nada mais do que a angústia prolongada na escuridão.
- Bem, eu não sei exatamente como será depois do nascimento, mas com certeza veremos a mamãe e ela cuidará de nós.
- Mamãe? Você acredita na mamãe? E onde ela supostamente está?
- Onde? Em tudo à nossa volta! Nela e através dela nós vivemos. Sem ela tudo isso não existiria.
- Eu não acredito! Eu nunca vi nenhuma mamãe, por isso é claro que não existe nenhuma.
- Bem, mas às vezes quando estamos em silêncio, você pode ouvi-la cantando, ou sente como ela afaga nosso mundo. Saiba, eu penso que só então a vida real nos espera e agora apenas estamos nos preparando para ela…

autor desconhecido

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

KKK - esta chegou no meu e-mail

 Diário de uma motorista:

5 de janeiro:

Passei no exame de direção!
Posso agora dirigir o meu próprio carro, sem ter que ouvir as recomendações dos instrutores, sempre dizendo: 
"Por aí é sentido proibido!", "Vamos sair da contramão!", "Olha a velhinha!", "Freia! Freeeeia!", e outras coisas do gênero. Nem sei como agüentei estes últimos dois anos e meio... 

8 de Janeiro:

A Auto-Escola fez uma festa de despedida para mim!

Fiquei muito emocionada!
Os instrutores nem sequer deram aulas!
Um deles disse que ia à missa...
Julgo que vi outro com lágrimas nos olhos e todos disseram que iam embebedar-se, para comemorar.
Achei simpática a despedida mas penso que a minha carteira não merecia tal exagero. Eles foram muito generosos! Umas gracinhas mesmo! 

12 de Janeiro:

Comprei meu carro e, infelizmente, tive que deixá-lo na concessionária para substituir o pára-choque traseiro pois, quando tentei sair, engatei marcha-a-ré ao invés da primeira. Deve ser falta de prática! 
Também...há uma semana que não dirijo...

14 de Janeiro:

Já tenho o carro.
Fiquei tão feliz ao sair da concessionária, que resolvi dar um passeio.
Parece que muitos outros tiveram a mesma idéia, pois fui seguida por inúmeros automóveis, todos buzinando como num casamento. 
Para não parecer antipática, entrei na brincadeira e reduzi a velocidade de 10 para 5 km por hora.
Os outros gostaram e buzinaram ainda mais.
Foi muito legal...

22 de Janeiro:

Os meus vizinhos são impecáveis.
Colocaram posters avisando em grandes letras "ATENÇÃO ÀS MANOBRAS"  e  marcaram, com tinta branca fluorescente, um lugar bem espaçoso para eu estacionar e, para minha segurança e conforto, proibiram o filhos de sair à rua enquanto durassem as manobras.  Penso que é tudo para não me perturbarem.  Ainda há gente boa neste mundo... 

10 de Fevereiro:

Os outros motoristas têm hábitos estranhos.
Além de acenarem muito, estão sempre gritando.
Não escuto nada, por estar com os vidros fechados, mas parece que querem dar informações. Digo isto porque julgo ter percebido, através de leitura labial, um deles dizendo: "Vai para casa ".  Não sei como ele adivinhou para onde eu ia!  Acho isso espantoso.  De qualquer modo, quando eu descobrir onde fica o botão que desce os vidros, vou tirar muitas dúvidas. 

19 de Fevereiro:

A Cidade é muito mal iluminada.
Fiz hoje meu primeiro passeio noturno e tive de andar sempre com o farol alto aceso, para ver direito. Todos os motoristas com quem cruzei pareciam concordar comigo, pois também ligaram o farol alto e alguns chegaram mesmo a acender outros faróis que tinham. Só não percebi a razão das buzinadas. 
Talvez para espantar algum bicho. Sei lá.

26 de Fevereiro:

Hoje me envolveram num acidente.
Entrei numa rotatória e como tinha muito carro (não quero exagerar mas deviam ser, no mínimo, uns quatro!), não consegui sair. Fui dando voltas bem juntinho ao centro, à espera de uma oportunidade, de tal forma que acabei por ficar tonta e bati no monumento no centro da rotatória.  Acho que deviam limitar a circulação nas rotatórias a um carro de cada vez. 

3 de Março:

Estou em maré de azar.
Fui buscar o carro na oficina e, logo na saída, troquei os pés, acelerando fundo em vez de frear.  Bati num carro que ia passando, amassando todo o lado direito.  O motorista, por coincidência, era o inspetor que me aprovou no exame e direção.  Um bom homem, sem dúvida. 
Insisti em dizer que a culpa era minha, mas ele educadamente, não parava de repetir para si mesmo:  "É tudo minha culpa! É tudo minha culpa!  Que Deus o perdoe!"

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

CURA REAL

“A Vida não exige de nós sacrifícios inatingíveis, ela apenas pede que façamos nossa jornada com alegria no coração e que sejamos uma benção para todos aqueles que nos rodeiam. Assim, se fizermos um mundo melhor com nossa visita, estaremos cumprindo a nossa Missão”.

Edward Bach
 

Não trate apenas dos sintomas, tentando eliminá-los sem que a causa da enfermidade seja também extinta.
A cura real somente acontece do interior para o exterior ...
Sim, diga a seu médico que você tem dor no peito,
mas diga também que sua dor é dor de tristeza, é dor de angústia.
Conte a seu médico que você tem azia,
mas descubra o motivo pelo qual você, com seu gênio, aumenta a produção de ácidos no estômago.
Relate que você tem diabetes, no entanto, não se esqueça de dizer tb que não está encontrando mais doçura em sua vida e que está muito difícil suportar o peso de suas frustrações.
Mencione que você sofre de enxaqueca, todavia confesse que padece com seu perfeccionismo, com a autocrítica, que é muito sensível à crítica alheia e demasiadamente ansioso.
Muitos querem se curar, mas poucos estão dispostos a neutralizar em si o ácido da calúnia, o veneno da inveja, o bacilo do pessimismo e o câncer do egoismo.
Não querem mudar de vida.
Procuram a cura de um câncer, mas se recusam a abrir mão de uma simples mágoa.
Pretendem a desobstrução das artérias coronárias, mas querem continuar com o peito fechado pelo rancor e pela  agressividade.
Almejam a cura de problemas oculares, todavia não retiram dos olhos a venda do criticismo e da maledicência.
Pedem a solução para a depressão, entretanto, não abrem mão do orgulho ferido e do forte sentimento de decepção em relação a perdas experimentadas.
Suplicam auxílio para os problemas de tireóide, mas não cuidam de suas frustrações e ressentimentos, não levantam a voz para expressarem suas legítimas necessidades.
Imploram a cura de um nódulo de mama, todavia, insistem em manter bloqueada a ternura e a afetividade por conta das feridas emocionais do passado.
Clamam pela intercessão divina, porém permanecem surdos aos gritos de socorro que partem de pessoas muito próximas de si mesmos.
Deus nos fala através de mil modos;
a enfermidade é um deles e por certo,
o principal recado que lhe chega da sabedoria
divina é que está faltando mais amor e harmonia em sua vida.
Toda cura é sempre  uma autocura e o Evangelho de Jesus é a farmácia onde encontraremos os remédios que nos curam  por dentro.
Há dois mil anos esses remédios estão à nossa disposição.
 Quando nos decidiremos?
Livro: O Médico Jesus
          José Carlos De Lucca

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

sábado, 8 de outubro de 2011

PARA QUEM MORA EM CAMPINAS...



Em cima do meu telhado,
Pirulin, lulin, lulin,
Um anjo, todo molhado,
Soluça no seu flautim.
(...)
                                                                         Mário Quintana 


Caros Amigos,

Dia 12 de outubro, quarta-feira, eu e Paulo estaremos no SESC Campinas para a apresentação do “Cantigas, Histórias e Brinquedos de Roda”.
Apareçam lá com a criançada! Será uma alegria para nós.

12 de outubro – 17:00h – SESC Campinas – área de convivência
“Cantigas, Histórias e Brinquedos de Roda”
Paulo Freire - viola e Ana Salvagni – voz
Entrada franca
Endereço: Rua Dom José I, 270, Bonfim. F: 3737-1500

Abraços e até lá,
Ana